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Trabalho colaborativo: projetistas elétricos e construtoras

Written by Júlia Marquezan | jun 27, 2013

Introdução


É complicado para empresas determinarem uma solução eficaz desde o início quando querem minimizar erros associados a gerenciamento de cabos ao longo do tempo em uma construção civil. O método mais inteligente é envolver a colaboração total dos projetistas elétricos e das construtoras na linha de frente da execução de um projeto.
Ao trabalharem juntos, as primeiras revisões da estrutura de cabeamento do projeto de um edifício irão refletir o mundo lógico de um projetista elétrico enquanto levam em conta todos os outros parâmetros físicos de uma construtora. Isso reduz retrabalhos na fase de instalação e entrega um sistema de muito mais qualidade, tudo em menos tempo e sem desperdícios.
Existem 3 aspectos críticos em projetos de cabeamento que podem ser significativamente afetado ao trabalhar-se isoladamente: definir o tamanho do cabo, as peças adicionais e roteamentos. Estes quando não executados em conjunto com a construtora podem atrasar o projeto e alterar o seu custo total.


Definindo o tamanho do cabo

É difícil definir o tamanho correto dos cabos, e quando feito primeiramente e no início do projeto, com a colaboração da construtora economiza tempo e retrabalhos. Ao ter-se o desenho físico do edifício em mãos, é possível para o projetista elétrico identificar se um fio é muito grande para um conector e se ele é longo o suficiente para ser roteado. Sem essa informação o tamanho e resistência associada só podem ser definidos através de tentativa e erro ou adivinhação.

 

Selecionando peças adicionais

Inicialmente, pode parecer parte isolada no processo de um projeto de cabeamento, mas a realidade física da estrutura de um edifício pode ter um grande impacto em qual peças adicionais serão selecionadas e incorporadas em qualquer projeto de cabeamento: se é um plug, um soquete, isolantes ou terminais, etc. Cada peça precisa ser compatível com seu cabo e conector, com o espaço que cada um terá que caber e obstáculos que que irão contornar. O tamanho e formato das trilhas dos cabos e dutos também são determinados pelos parâmetros definidos pela construtora.

Roteamento de cabos

Não trabalhar junto com a construtora pode ter um impacto acentuado na rota em que os cabos terão em um edifício. De fato, existe um degrau de colaboração entre as duas áreas, no entanto o que fazemos referência aqui é um diálogo extenso que ocorre durante a fase de desenho. O profissional de elétrica projeta em um mundo lógico, juntando um conector a outro. Sem a colaboração efetiva de uma construtora, é óbvio que terão limitações para levar em consideração a rota que o cabo irá tomar para posteriormente passar fisicamente pelo prédio. Essa rota pode envolver passar por obstáculos que pedem pela integração de peças adicionais como uma caixa de conexão. Se o projetista elétrico consegue enxergar isso, ele estará em uma posição onde poderá fazer escolhas mais informadas sobre o cabeamento e até fazer sugestões para a construtora, e isso permitirá que o projeto seja otimizado.
Tanto em um hospital como em uma escola, por exemplo, o projetista elétrico tem que criar uma estrutura de cabeamento que irá conectar equipamentos como iluminações e condicionadores de ar.
Mais tarde envolverá rotear cabos para controlar painéis, normalmente localizados em porões, conectados com a unidade dos condicionadores de ar fora do edifício e unindo todos os sensores e unidades ativadas localmente. É muito importante entender onde estão sendo posicionados os outros serviços para evitar o EMC ou as interferências de voltagem. E pegando estas informações junto com a construtora no início do projeto poupará tempo no local que será feita a instalação. Isso também pode ter um grande impacto para o projetista elétrico no momento em que irá estimar a quantidade necessária de cada cabo antes de chegar ao local. Por um lado, você não pode se dar ao luxo de manter um projeto enquanto o cabo é curto, e por outro, é caro usar um cabo muito maior do que o estimado.
Trabalhando junto com a construtora, o projetista elétrico pode calcular corretamente o raio de curvatura sem retrabalhos ou erros. O raio de curvatura mensurado para a curvatura interna possui o raio mínimo que um cabo pode ser curvado sem danifica-lo. O problema que os projetistas elétricos encaram é que seus projetos não contam com essa variável, pois projetam sem levar em conta o mundo físico 3D. No entanto, as construtora possuem essa habilidade e ao trabalhar juntos, ambos não só determinam o raio de curvatura como são capazes detectar quando o raio mínimo foi excedido. E ao identificar estas questões na fase inicial do projeto, elimina-se problemas posteriores. A alternativa indesejável é ter que esperar até a instalação e usar um transferidor para medir cada curva duvidosa dentro do edifício.

Conclusão

Pode-se poupar muito tempo e evitar gastos desnecessários ao ter-se uma colaboração efetiva entre os dois setores citados no artigo. Não significa apenas que os aspectos do projeto podem ser feitos primeiramente, em vez de através de tentativa e erro no local; mas permite fazer os cabeamentos e as aquisições de peças precisamente. Esse método também é muito mais propenso a resultar em uma infraestrutura de cabeamento confiável a longo prazo, que é mais fácil de manusear e mais barato de manter.